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segunda-feira, 12 de abril de 2010

Benfica-Sporting: quando o vizinho lhes estraga a noite... (mais futebol)

A proximidade tem destas coisas: o espaço torna-se demasiado curto para dividir um ego tão grande, desenvolve-se a rivalidade e ganha-se o dia quando se estraga a noite ao vizinho. Em Lisboa, onde dois rivais quase se vêem da janela, a história está feita de jogos que roubaram a festa ao vizinho do lado.
Nos últimos 25 anos, por exemplo, aconteceu três vezes. «Tirar a vitória ao campeão... é muito bom!», exclama Jankauskas. «Jogámos com alguma raiva e ganhámos o dia», diz Morato. Os dois sabem do que se fala. Jankaukas adiou a festa do título do Sporting, Morato roubou mesmo o título ao Benfica.
«Aquela vitória soube muito bem»
Mas por partes. Primeiro, Morato. Aconteceu há 24 anos, quando foi à Luz vencer por 2-1: o F.C. Porto também ganhou, igualou o Benfica em pontos e foi campeão no confronto directo. O defesa fez o primeiro golo, Manuel Fernandes marcou o segundo e Manniche não conseguiu mais que reduzir a desvantagem.
Curiosamente foi também num dia 13 de Abril e faz esta terça-feira 24 anos. «Estavam 120 mil pessoas a ver o jogo e parecia que já eram campeãs, com bandeiras de Benfica campeão, isqueiros, galhardetes, já havia festa dos jogadores preparada, até se dizia que havia camisolas prontas para celebrar o título.»
«Ora nós não íamos com pressão nenhuma, já não lutávamos pelo título e a coisa correu bem. Jogámos com raiva por causa daquela prepotência, não queríamos ser os bombos da festa, fomos melhores e ganhámos. Um mês antes tínhamos perdido 5-0 para a Taça, por isso aquela vitória soube muito bem.»
«Entrei e estraguei-lhes a festa toda»
A história de Jankauskas é ligeiramente diferente, mas garante o lituano que deve ter tido o mesmo sabor. O Sporting tinha uma equipa fantástica, com Jardel, João Pinto, Quaresma, Pedro Barbosa, Sá Pinto e André Cruz, por exemplo. Em caso de vitória em Alvalade, o Sporting era campeão: mas empatou.
Acabou por ser campeão, mas nessa noite, como dois anos antes, quando Sabry silenciou Alvalade, recolheu a casa cabisbaixo. «Comecei no banco, o jogo estava 0-0 e o treinador chamou-me e disse-me que ia entrar para marcar. Entrei e estraguei-lhes a festa toda», sorri Jankauskas, o autor do golo.
«Eles já tinham o fogo-de-artifício preparado e tudo. Empatámos o jogo, mas podíamos ter ganho, o Jardel empatou de penalty no último minuto». De nada serviu, porém: só a vitória soltava a festa. «Lembro-me bem, é uma sensação muito boa. Estavam lá 40 mil de verde e branco, foi uma enorme desilusão para eles.»
«Ainda é cedo para o Benfica encomendar as faixas»
Ora por isso fica o aviso: convém desconfiar (se possível duas vezes) de um vizinho. Nenhum outro jogo, como um derby, traz um sabor tão doce à vitória. Sobretudo se tiver consequências. «O Sporting pode ter uma palavra a dizer nas contas do título, num jogo especial, por isso vai estar motivado.»
«O Sporting está nas mesmas condições que nós estávamos há 24 anos. Não tem nada contra, não tem pressão, não luta por objectivos, por isso tem tudo a favor. O Benfica, por outro lado, tem tudo contra: precisa de vencer e convencer, para fazer um final de época tranquilo. É preciso estar atento», conta Morato.
Jankaukas assina por baixo tudo o que o antigo central diz. «Ainda é muito cedo para o Benfica encomendar as faixas e eles sabem isso», garante o lituano. «Se perdem com o Sporting, que não é impossível, depois têm de jogar com o Porto, fica complicado.» A festa, portanto, ainda pode ser estragada... pelo vizinho.

 Texto: maisfutebol

1 comentário:

  1. Se houver interesse numa troca de links : http://apenasesofutebol.blogs.sapo.pt/

    Abraço.

    André

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